sexta-feira, 16 de julho de 2010

O lado ruim de ser meio Amélie Poulain

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain ou, se preferirem, "Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain" é um filme dirigido e escrito por Jean Pierre Jeunet e trata-se de uma obra muito comentada desde seu lançamento, no ano de 2001. Não entrando nos méritos críticos do filme, já que este post vai seguir outro rumo, sugiro que, ou o assistam (recomendável!) ou leiam meu pequeno resumo (BEM resumido) sobre o estilo pessoal de Amélie:
Amélie Poulain é uma moça simples e possui o que, na visão da maioria das pessoas, seria pacata, mas em minha opinião, ela tem uma vida milhões de vezes mais emocionante que a vida dos caçadores de aventura mais ousados! Bem, como conta a história, Amélie encontra nas coisas simples da vida uma felicidade que normalmente as pessoas não vêem. Você sabe: atirar pedras no poço d'agua ou enterrar a mão bem fundo num saco de grãos; se fazer perguntas sem sentido, quebrar a casquinha do cream broulet... Seu lado Amélie!

Uma vez que fique claro o quanto é positivo se parecer com essa magnífica personagem e sabendo que todos temos um lado meio Amélie Poulain, eu vou falar sobre minhas experiências como praticante do "Amélie Poulin lifestyle".

Algo que aprendi logo de cara: se você começa a externar quem você realmente é, as pessoas simplesmente começam a te julgar; até aí, tudo óbvio. O porém veio depois, já que ali estava eu, livre de qualquer barreira, muito libertário, muito fancy e cheio de idéias muito legais sobre "O que eu amo fazer".

Para que saiba, eu gosto de várias coisas: gosto de ficar tristonho enquanto ouço piano, gosto de sentir o ritmo da música no meu corpo e me mover com ele! Gosto de chocolate meio amargo; já gostei de morangos, agora parecem sem graça... Aprendi a gostar de creme de leite na gelatina! Gosto de sentir frio nos dedos, mas não gosto de sentir frio nos pés! Gosto de ser alto, gosto do som de estalos das máquinas de escrever!

Gosto de andar descalço, mesmo no piso; gosto de tentar entender coisas que ninguém mais entende, de decifrar a cabeça das pessoas, de provocar meus amigos para ver a reação deles (eu guardo na memória cada expressão!). Gosto do modo como eu lembro de coisas que ninguém mais se lembra, do modo como esqueço todo o resto que é importante, de fazer a primeira dobra numa apostila de folhas grampeadas! Gosto de usar grampeadores e furadores de papel! Não gosto de removedores de grampos... Gosto de orquestras! E de piadas bobas! Gosto de coisinhas maliciosas também! Gosto de falar sobre os outros, mas bem tento ver o lado bom de todo mundo antes de tudo. Gosto de me iludir. Gosto de sonhar, manipular, cair, levantar, comer, brigar, amar, viver:

Me gosto!

E que mal há nisso? Ora, se há alguém que possa fazer algo que você mesmo se delimitou a não fazer, qual sua reação? Você se ressentirá com essa pessoa!

"Como você ousa ser tão livre? Eu não consigo ser assim, vou acabar contigo!"

Oh, eu?  o_o´

"Sim, você!"

Amélie Poulain
by
 Jana Magalhães
Oh My Gaga! E o lado ruim de ser Amélie Poulain é suficiente para fazer qualquer um querer desistir de tudo; que fique claro, o lado ruim de ser você mesmo é que você fere a todo aquele que, em sua infantilidade, se restringiu a prazeres ditados por outros. Ok, há quem se divirta com bebida, mas hei, não acha meio improvável que 90% da humanidade se divirta do mesmo modo? Se seguirmos essa linha de concordância: então as pessoas eram infelizes antes do álcool? E antes das baladas? E quando namorar era algo obsceno?

Não, não quero prazeres dados pelos outros, quero inventar os meus próprios prazeres; para isso, sei que vou nadar contra a maré, mas sei também que, caso eu faça isso, vai ser, literalmente, uma puta falta de sacanagem! E os outros? Eles vão achar uma puta sacanagem (e para isso já se tem a Rua Augusta, daí...).

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